POESIA
Esta página é dedicada a todos os alunos que em complemento à actividade artistica, expressam a sua ideologia e sentimentos através da poesia.
Cecilia Gonçalves
Perdida no espaço
olhando o horizonte
minhas memórias
através dos tempos
vou despertando.
Eram poças de lembranças
que me deixavam angustiada.
Eram vidas vividas
que eu não recordava.
Eram lembranças passadas
que me deixavam confusa.
Quero descobrir
o que fui no passado.
Não encontro explicação
para tudo o que sinto.
Memórias perdidas de eras longÃncuas
que para o presente voltaram.
Não sei quem procuro
nem quem quero encontrar.
As memórias se foram
não me deixam voltar.
Procuro o meu Eu
Que não sei encontrar…
"Procuro o Meu Eu". 2012
Diogo Prates
Divino encanto de astros
Alquimia frustada de pronto
Poltrona na frente de um anjo
Sentado batendo e os olhos fartos.
Alegre ingenuo professar
Que na arena em bragas conta
Aluno desfeito na paz que se esponta
Prisão companheira do seu interior.
Comando alto e cega guerra
O mundo que atravessa sentindo
Animal de foice em mão sorrindo
Bebendo pelo sangue o pulmão da terra.
Aluno de Deus, homem que sofre
Destino de gerações cruéis
Tempestades de outrora fazeis
Ohh! tecnologia…! Cuidado com a morte
"Humana Mente", 2012
Ane Lim
Procuro a sensualidade que perdi
Ao longo do caminho da vida.
Procuro a sensualidade que ficou enterrada
No véu da cama, no lençol de cetim.
Procuro a sensualidade que se esconde
No fundo da minha negra essência.
Perdi-a algures no tempo...
Perdi-a algures no espaço...
Perdi-a algures...
Perdi-a, não por ela não existir.
Perdi-a, não por não a verem.
Perdi-a, não por não a desejarem.
Perdi-a, por Eu não a desejar.
Perdi-a, por Eu a não ver.
Perdi-a, por Eu ter deixado de existir.
Esqueci-me de olhar para mim,
Esqueci-me de olhar para ela...
"À Procura da Sensualidade", 2012
Barbara Sabino
Era Primavera.
É na Primavera que as flores se enchem de gotas de orvalho e nascem libertando um cheiro agradável
Doce
E o céu fica cheio de cores felizes!
Quando as flores abrem, vê-se uma das maravilhas da vida:
O nascer de uma fada.
As fadas correm para apanhar os bebés e quando todos são adoptados, as flores voltam-se para o Sol.
E isto acontece…
Todas as Primaveras.
Mas este ano há menos flores
E não é por causa dos insectos
É por causa do Homem
Que polui todos os seus territórios.
"As Fadas", 2013
Raul Ferrão
Todo o ser quando nasce
tenta obter a felicidade extrema
a energia pura na sua explosão
mais magnÃfica.
A origem
é a energia do Cosmos
A luz vem
Iluminando maternalmente
e mesmo as terras mais sombrias
sabem da sua existência.
Ela vem
intensa e penetrante
fonte de vida.
São os filtros criados por nós
que nos castigam, nos dividem
E ensombram.
Luz, energia, movimento
terras sombrias
mas não todas
em que o ser não é pleno
e onde só o mar
é o escape para a felicidade
Ou não.
"Origem", 2012
Celeste Cantante
O azul de um céu de alma
Se espelha num rosto insondável
Envolto na névoa translúcida
Dos véus da sedução do Eu oculto
Que bailam no etéreo mar
De uma tranquilidade
Apenas aparente.
O sorriso das formas verde água
O movimento do caminhar sereno
A mão estendida ao Outro
Num trejeito doce e alvo
Mostram ao mundo
Apenas uma fonte.
Dos lábios rubros, tensos
Transparece o turbilhão contido
Um oceano de vida incandescente
A ânsia de vencer o universo inteiro
O tormento de nunca chegar primeiro
A mágoa de não ser inteiro
Mas pedaços soltos de uma identidade
Que sempre quis ser plena
Incólume, bravia
Autêntica e verdadeira.
"Na Alma do Olhar", 2012
Do etéreo Nada, nasce o Ser
Puro, impoluto, livre
Dele emana uma luz intensa
A paz e o amor.
Virgem de mágoas e rancores
Entra, confiante
No mundo dos seus pares
Mas cedo Nele se entranha
A dor e o sofrimento.
Então, num grito de angústia
E de opressão corre à desfilada
Em busca de um novo brilho.
Ao fundo, uma chama por ele clama
E, num rodopio incandescente
De uma força inusitada
Nela se envolve
Encontrando a Libertação
"O Ser, o Grito e a Libertação", 2013
Jose Vidal
Se sei para onde vou, logo existo
A vida tem sentido para amar
criar e não secar.
Se não sei para onde vou, logo existo
Patas largas para feitiçaria
incredulidade, situações abdomináveis
caminho largo para roubar, mentir
prostituição, droga, guerra, fome
sentidos destorcidos que não fazem sentido
mas são reais.
Posso viver, amar
como tantos outros antes de mim
Posso ser rico ou pobre
ser artista ou não
deixar grandes obras ou não.
O sentido da vida terrena é frágil
Temos de cuidar dela como uma planta
e desfrutar dela, cavalgar.
Quando se apagar a chama da vida
Silêncio
existe uma direcção a tomar
Não importa, não existe nada
tudo se transforma
O sentido da vida
é o verbo eterno que liberta
que vive para além da morte
É induscrutavel o seu entendimento.
Os seus atributos são
Amor, Verdade e Paz
a vida faz sentido com Jesus Cristo
O verbo que se fez carne.
"O Sentido da Vida", 2012

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